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A estrada

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Diz uma lenda asiática que borboletas de cor escuras anunciam maus presságios.
Mais um feriado acabava, e diversas famílias vão para a praia, chácaras e outros lugares onde possam relaxar e após o final do feriado, voltavam para a suas casas, suas vidas normais. Naquele dia chovera muito e ameaçava tornar a chover quando José e Eduardo resolveram que iriam embora da casa dos tios.
- Edu, vamos de manhã, cara. -  disse José, apreensivo.
- Que nada, cara, se a gente for agora, ainda pegamos o futebol, mais tarde!
- Tudo bem, mas vamos depressa, então.
Antes de entrar no carro, José viu uma borboleta preta próxima ao veículo. Com um arrepio, entrou e deu partida, com Eduardo no banco ao lado.
A viagem prosseguia e a noite caia, trazendo consigo novamente a chuva. As estradas estavam escorregadias, e mesmo com os faróis acessos, era preciso prestar muita atenção, pois a estrada era cercada por arvores e mato, e boa parte da estrada era feita de barro. Os dois irmãos cantavam uma música qualquer que tocava no rádio, quando um vulto apareceu no meio da estrada e José freou com força, quase fazendo seu irmão bater a cabeça.
- Que diabos foi isso? - Eduardo perguntou, irritado.
- Você não viu? Tinha alguma coisa na estrada! - os olhos de José estavam arregalados.
- Não tinha não, continua, cara, que medo é esse? - riu.
- Não estou com medo. - Disse, dando partida novamente.
Prosseguiram por cerca de duzentos metros até ver um corpo caído na estrada, e desta vez Eduardo também viu, e deu um grito, pedindo para o irmão parar o carro. Os dois pensaram em ligar para a polícia, mas não havia nenhum sinal no telefone, então resolveram descer do carro para ver se conseguiam ajudar, quem quer que fosse que estivesse ali, e para a surpresa dos dois, ao descer do carro o corpo havia desaparecido.
Ficaram apreensivos olhando para os lados, sem entender nada, com a chuva caindo sobre eles.
O vento soprava forte e a chuva os molhava, vindo de todas as direções, e talvez fosse apenas impressão, mas eles ouviram passos que se aproximavam.
- Zé, vamos embora daqui, as coisas estão ficando muito loucas. - disse Eduardo.
Ouviram um arrastar de pés e barulhos parecidos com os de algum metal colidindo no chão.
- Vamos! - José já estava andando depressa de volta ao veículo. Tropeçou no meio do caminho, batendo o joelho no meio da lama, mas não pensou muito e, quase correndo, bateu a porta ao entrar, logo com seu irmão ao lado fazendo o mesmo.
O joelho de José estava machucado, e ardia, sangrando um pouco. Arfou de dor, mas não tinha muito tempo para pensar. Deram partida depressa e estavam compartilhando do mesmo sentimento: o medo. Ao olharem para trás, por alguns segundos apenas, viram um vulto de um homem com uma faca muito grande nas mãos, pensaram que ele correria atrás do carro, mas ele apenas deitou-se novamente na estrada. O suor escorria pela testa dos dois irmãos, e seus corações estavam disparados. Apesar da estrada vazia durante o restante do percurso, não deixavam de olhar para todos os lados em meio a chuva e tentando ficar aquecidos sem muito sucesso, devido as roupas molhadas.
José e Eduardo permaneceram em silencio, quase prendendo a respiração até o momento que chegaram na avenida principal e em alguns minutos chegaram em casa. Ao chegar lá, ligaram a TV, sem mais vontade de assistir ao jogo, e ouviram o noticiário.
- E agora uma notícia de ultima hora. A Polícia acaba de informar que nesta noite foi preso um dos criminosos foragidos mais perigosos do país. Ele havia escapado de um hospital psiquiátrico e estava foragido. Segundo informações, ele assassinava pessoas depois de se deitar em rodovias e se fingir de morto.
Engolindo em seco, os dois irmãos trocaram olhares nervosos. Talvez fosse apenas coincidência, ou talvez a borboleta de asas pretas fosse mesmo um aviso. Possivelmente haviam saído vivos de uma noite muito estranha.
Joice Novaes, 27 anos, formada em Letras, escritora. Casada com o seu melhor amigo (Colaborador do blog)! Romântica, amante de livros, musica, filmes, séries, fotografias e muito mais.

Comentários

  1. Caramba, fiquei apreensiva lendo a história, jurei que algo ia acontecer com os meninos! Sorte que eles saíram bem dessa, né? Adorei a escrita, me prendeu muito!
    Um beijão,
    Gabs | likegabs.blogspot.com ❥

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    Respostas
    1. Muito obrigada, isso me incentiva a escrever cada vez mais <3

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