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13 Reasons Why e a minha história com o Bullying


Oi gente, tudo bem? 
Hoje quero falar sobre a nova série da Netflix, a 13 Reasons Why. Baseada no livro de mesmo nome (traduzido para "Os 13 Porquês"), que conta a história de Hannah Baker, uma adolescente de 16 anos que cometeu suicídio a algumas semanas atrás. Um dia, um garoto de sua escola, Clay Jansen, encontra em sua porta uma caixa de sapatos embrulhada e endereçada a ele. Nessa caixa encontram-se sete fitas onde a voz de Hannah narra os treze motivos para que ela cometesse suicídio. Se uma das pessoas recebe aquele parte, é porque ela é um dos motivos. As regras? Ouvir todas as fitas e repassa-las para o próximo nome após o seu nome aparecer. Se alguém não cumprir as regras uma pessoa de confiança de Hannah irá divulgar o conteúdo de todas as fitas. A série tem apenas 13 episódios de 57 minutos, mais ou menos. E está disponível completa na Netflix.
É uma história que fala sobre suicídio, abuso sexual e bullying, principalmente.



Trailer:


Eu me apeguei muito ao livro, quando eu li, porque haviam pontos de semelhança com a minha história de vida.
Quando eu era adolescente, eu sofri bullying. É até difícil falar sobre isso. Eu me sentia diferente das outras pessoas, não por qualquer outro motivo, mas porque as pessoas não gostavam de mim. Eu recebia apelidos, os meninos jogavam bolinhas de papel em mim, e por mais que todos soubessem que eu era ótima no volei, no futebol, no handebol e na queimada, eu sempre era a ultima a ser "escolhida" pra jogar, e ficava no time que sobrasse. Na mesma época, inventaram um boato totalmente sem sentido sobre mim, e me olhavam estranho.
Eu me sentia excluída por todos, inclusive pelos professores, porque alguns deles até pioraram a situação. Certa vez eu estava brincando feito qualquer adolescente/pré-adolescente desocupado antes de entrar na sala, e uma professora falou alto, para todos alunos ouvirem que aquela brincadeira era estranha, e a maioria dos alunos riram. Essa mesma professora me chamou de satânica e disse que eu nunca iria pra frente porque eu adorava mangás e animes japoneses na época. E cada uma dessas atitudes fez com que eu crescesse uma garota tímida, introspectiva, e que eu tivesse dificuldades pra me relacionar com as outras pessoas. E a situação se repetiu no ensino médio.

Tivemos uma aula sobre bullying com essa mesma professora, e todos disseram o quanto aquilo era errado, mas ninguém percebeu, nem mesmo ela, que todas aquelas atitudes estavam presentes em cada apelido que me era posto, cada brincadeira envolvendo meu cabelo, etc. As pessoas falam de bullying e não percebem que elas mesmas praticam isso, ou talvez nem se importem mesmo. Eu tentei me defender, em uma delas, lembro-me perfeitamente de ter pedido ajuda, e ouvi do orientador da escola que não se podia acusar de bullying a qualquer coisa que os alunos fizessem, e que se EU voltasse a reclamar disso, seriam meus pais que seriam chamados, e não os dos meninos que estavam me prejudicando. Nunca consegui contar aos meus pais, exatamente por medo deles acharem que era frescura, quando na verdade esse foi o motivo pra eu ir tão mal na escola e ser tão problematica.

A sorte, foi que durante esta época eu não me achei sozinha, fiz amigos (poucos, mas extremamente valiosos), e eles me ajudaram a passar por esta fase. Amigos que levo até hoje. Acreditem, eu não guardo mágoas, por mais que essas pessoas sejam muitas, e hoje passem por mim pela rua e até me cumprimentem.  Mas me dói saber que este assunto tenha que ser abordado por uma série para que as pessoas falem sobre isso.
As pessoas começaram a levantar uma hashtag nas redes sociais chamada #Naosejaumporque, mas acho que é preciso bem mais que isso. As pessoas são cruéis, elas falam coisas na internet, nas escolas, na rua, enfim, em todo lugar para que outras se sintam mal. E infelizmente nem todos conseguem superar isso, algumas coisas enraízam no coração da pessoa que é afetada com estes atos, criando feridas que são impossíveis de curar. 
Façamos a diferença fora das redes sociais também, porque é na vida real que esse jogo precisa virar, que as pessoas parem de ser babacas umas com as outras.
Enfim, deixo com vocês essa reflexão e a indicação desta série fantástica, e do livro também. Os dois são maravilhosos e acho que precisam existir para que as vidas de outras pessoas mudem também.
Joice Novaes, 27 anos, formada em Letras, escritora. Casada com o seu melhor amigo (Colaborador do blog)! Romântica, amante de livros, musica, filmes, séries, fotografias e muito mais.

Comentários

  1. Ow, florzinha, você é muito amada!! Lindíssima. Que bom que compartilhou.

    Adorei o post. Estou assistindo, ainda no 3º episódio, mas já peguei o livro pra ler.

    Espero conseguir fazer isso simultaneamente.

    Bjks

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    Respostas
    1. O final é bem perturbador!!
      Mas é necessário!

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